O Rio de Janeiro continua lindo...

Este fim-de-semana perdemos o Domingo a sonhar com o Rio de Janeiro, mas não o Rio que nós conhecemos, do Carnaval, de Ipanema, do Jardim Botânico e da Globo...

Sonhamos antes com o Rio que existe, o Rio do crime, das boas e das más pessoas e das pessoas que são más porque a vida as empurrou para isso!



Acerola e Laranjinha são dois amigos adolescentes, sim porque apesar de já serem crescidinhos e terem responsabilidades, considero que alguém com 18 anos é apenas um adolescente. Não tem destreza para se manter sozinho no caminho do bem, não tem responsabilidade para tomar conta de si próprio nem de um filho, não tem skills fundamentais que vamos adquirindo com a experiência da vida. No entanto, o que estes dois "moleques" nos mostram é que a amizade tudo conquista e que um coração bom é sempre bom!

Para variar, o Rio está lindo, a favela é podre e as pessoas são bonitas não porque são magras, mas porque têm aquele "jeitinho carioca" que torna tudo mais belo! Reparem no brilho do suor quando a favela desce até à praia, que torna tudo mais brilhante e a vida é mais feliz, mesmo com toda a miséria, a fome e o crime que rodeiam essa cena.

O que gosto mais neste filme é a forma como as duas personagens principais vão sendo construídas e passam de meninos a homens enquanto uma guerra se desenrola! Muitos poderão pensar que este é mais uma imitação de "Cidade de Deus", mas eu não acho. Acho que em "Cidade de Deus", uma das personagens principais é a favela, é a forma como ela interage, age e reage, a forma como ela se vai moldando aos chamados "donos da favela". Aqui, embora esses aspectos da favela também estejam presentes, eles compõem apenas o pano de fundo.

"Cidade dos Homens" é uma história de amizade, de transpor as barreiras do crime e da pobreza. É uma história de dois meninos que se tornaram homens! E que, por acaso, moram na favela!