Wednesday, January 30, 2008

DuZero

Uns amigos juntaram-se a andam a fazer umas coisas giras.

Sugiro que este fim-de-semana passes pela Braço de Prata e se quiseres participar no projecto, boas ideias são sempre BENVINDAS!



Bom Carnaval!

Tuesday, January 22, 2008

Heroinomania...

Anos 60. Harlem. Estados Unidos da América.

A Guerra do Vietname mata jovens no Sudoeste asiático.

A Heroína mata jovens dentro do país e lentamente, ao mesmo tempo discreta e escandolosa faz rebentar uma guerra interna, uma guerra de poder entre os justos que são pecadores e os pecadores que se tentam manter justos…

Esta é a história de um Gangster americano, mas ao mesmo tempo de um homem comum que concretiza o sonho americano, que vive a prosperidade e se ergue como um verdadeiro self made man, embora o tenha feito no campo da droga e dos negócios ilícitos. Por outro lado, é também a história de outro self made man, fiel às suas convicções e às razões que o fizeram tornar-se policia.

Frank Lucas e Richie Roberts não podiam, no entanto, ser mais opostos. Reparem como um é um homem de família, fiel aos seus, mas impiedoso nos negócios e sem escrúpulos para vencer, enquanto o outro é honesto no seu trabalho, mas sem escrúpulos para a família. Os dois são personagens diametricalmente opostas. Esta é uma história real da emergência de um afro-americano no mundo do crime e de como a sua presença perturba as grandes famílias italianas que controlam a máfia nos Estados Unidos. Um país marcado pela Guerra e por contra-correntes que se opunham a ela!

Mas falemos do filme… Filmado com uma imagem contemporânea à história e com os ingredientes que Ridley Scott possuía: Denzel Washington e Russel Crowe, uma história verídica sobre gangster, senão a história mais fabulosa de enriquecimento pessoal alguma vez contada, violência, amor e corrupção; há de tudo para fazer um épico! Parece que as linhas e os tecidos estavam prontos fazer se coser mais um grande filme inesquecível não como Os Padrinhos, mas algo semelhante…

No entanto, Scott falha nas suas intenções. Não consegue transformar Frank Lucas num mito, apesar da escolha mais do que inteligente de Denzel. A sua calma raiva contida são exactamente o que a personagem precisa para ao mesmo tempo que nos repugna com as suas acções nos cativar. Genial como sempre, Denzel fez tudo o que tinha que fazer, mas a história lentamente contada com alguns momentos mais ritmados prende mas não espanta!


Quanto a Russel, está bem no seu papel de policia justiceiro, mas já o vimos melhor… A crise de valores que demonstra todo o filme e que chega à policia e aos militares, representantes supremos da autoridade e moral americana, não chegam até ele. A sua personagem parece representar a última réstia de moral americana num mundo onde a heroína todos corrompe.


Os jogos de luz e sombras que acompanham permanentemente as duas personagens parecem anunciar isto mesmo, bem como as panorâmicas pelas salas durante as festas proporcionadas pelo dinheiro sujo da heroína, o que é culminado em close-ups, na minha opinião desnecessários, das agulhas a injectar os que arruínam a sua vida por ela.

Numa nota pessoal, quero dizer que a defesa de valores puramente americanos me irrita! O negro que vai com a mamã à Igreja todos os Domingos e que de mau passa a bonzinho porque ajuda a prender os outros maus todos é profundamente desnecessário. É uma história banal, já contada dezenas de vezes. Por outro lado, achei genialmente malévolo a forma como Frank Lucas cortava nos intermediários e importava a heroína directamente à sua fonte: não só obtinha lucros muito mais sólidos, como mantinha a pureza da droga.