Monday, February 11, 2008

Like a puppet on a string…

O Assassinio de Jesse James pelo Cobarde Robert Ford… Tal como o nome, também o filme é demasiado looooooooooooooongo! Antes de mais quero dizer que Brad Pitt nasceu para fazer este papel. Os maneirismos, a violência e raiva contidas que são demonstradas através dos seus olhares, dos seus movimentos, das suas atitudes são perfeitas, são tudo aquilo que sempre lemos acerca de Jesse James!

Por outro lado, Casey Affleck também está maravilhoso, como a nomeação ao Óscar o confirma. O espectador passa de um sentimento de raiva intensa pela morte do último herói americano para o mais intenso dos sentimentos de pena por aquele jovem rapaz que, no fundo, não passa de uma marioneta nas mãos de James.


O filme é longo, bem filmado, aparentemente calmo como as paisagens que retrata em longas panorâmicas belíssimas, que nos revelam, certamente, os últimos pedaços do vasto Oeste americano, mas contrastam com a tempestade interior das personagens. Tal como a paisagem, também esta só se adivinha por pequenas pistas que nos são dadas por olhares, gestos e maneirismos. Os close-ups estão lá para nos dar essas pistas. A dualidade panorâmica – close-up e calma-raiva são uma constante ao longo do filme, que não chega, no entanto, para prender a atenção durante 3 longas horas… Todos sabemos o desfecho do filme, o que faz com que este perca ainda mais o interesse.
No entanto, a mim interessa-me esta imagem de Western desencantado. Sou sincera: sou das pessoas menos fãs daqueles Westerns à John Wayne e não lembro o Bonanza com carinho… Acho que há facetas do Oeste americano dos tempos das aventuras muito mais interessantes para relatar ou as formas de narrativa é que nunca foram escolhidas duma maneira que me apelasse. Este é um filme, porém, que me interessava e gostei muito da história. Apesar de já ter lido bastante informação sobre Jesse James e a forma como este foi assassinado vê-la é sempre diferente. E este é um filme onde a Lei substitui a Aventura, onde a brutalidade do Oeste é mostrada como ela era: cruel, sem remorsos.


Se hoje em dia Jesse James fosse vivo seria considerado um monstro, um assassino impiedoso, mas naquela altura ele era o herói americano que (pardon my language) lixava os capitalistas. Não que a ideia de tirar ao homem mais rico e rico injustamente na maioria dos casos não me agrade, mas não podemos descurar a violência dos seus crimes. E este é o Oeste que me interessa ver. As histórias, as emoções por trás das cowboyadas…
O argumento é fantástico. Robert Ford é like a puppet on a string, sendo Jesse James o marionetista mais perfeito e discreto que existe, ao ponto de Ford acreditar que é um herói, mas apenas é o instrumento que James usa para se tornar imortal, para morrer quando a sua carreira ainda estava no auge e ele ainda era temido por todos.

Em suma, gostei do filme, mas tirava-lhe facilmente uma horinha e a experiência tinha-se tornado menos penosa para as minhas costas e os meus amigos…