Tuesday, September 4, 2007

Death Proof II

Agora vamos falar na obsessão de Tarantino por mulheres! Os close-ups são maravilhosos, despudorados e intimistas in a trashy way. São retratados dois tipos completamente diferentes de mulheres, mas vemos como ambos os grupos são semelhantes e todas nós nos identificamos com as saídas à noite, as conversas sobre homens, os pormenores escabrosos e tudo o que de bom e mau há numa verdadeira relação de amizade entre mulheres.

A cena do strip não é tanto exploração do sexo feminino, é mais uma demonstração de como um homem, mesmo profundamente marcado pela vida e com marcas físicas de violência, como o Stuntman Mike (aproveito para dizer long live Jack Burton – Big Trouble in Little China, de John Carpenter em 1986), consegue manipular uma mulher, consegue levá-la a fazer o que ele quer, ao mostrar-se afável, sensível. Além disso, a banda sonora é perfeita e a Vanessa Ferlito faz um papel fantástico, libertando-se e sendo o mais vulgar possível.

Vi uma entrevista de Tarantino no Leno em que este dizia que quando estava com um amigo, estava sempre só com um amigo, mas quando estava com amigas, estava sempre com várias. E ele soube captar a essência feminina na perfeição com diálogos geniais, uma percepção estranha da nossa convivência e, fundamentalmente, uma direcção de actores (actrizes, neste caso) brilhante. A vingança é outro dos temas repetidos, o que nos chega por pequenas alusões a Kill Bill, muito pouco subtis…

Uma nota breve para destacar Zoe Bell, do mais cómico que há!

Tarantino e as suas mulheres: ou se ama ou se odeia… Eu amo!

Resta-nos esperar pelo igualmente genial Robert Rodriguez e a segunda parte da saga Grindhouse no século XXI.

1 comment:

NMS said...

"A cena do strip não é tanto exploração do sexo feminino, é mais uma demonstração de como um homem, mesmo profundamente marcado pela vida e com marcas físicas de violência, como o Stuntman Mike , consegue manipular uma mulher, consegue levá-la a fazer o que ele quer, ao mostrar-se afável, sensível."

Não pude evitar um sorriso ao ler este comentário. É uma ideia como qualquer outra mas não me parece realista. No entanto concordo em que não parece exploração do sexo feminino. Está perfeitamente enquadrada.

"Depois, não gostei tanto dos cortes sem sentido, das interrupções de diálogo, simplesmente porque estão forçadas demais..."
Mas os filmes eram assim...há 30 - 40 anos, as imagens eram esbatidas cheias de riscos e os cortes (partes do filme em falta) uma coisa normalissima.
A malta assobiava, protestava e o filme.... continuava.
Death Proof é muito melhor se o encararmos assim: Uma homenagem aos filmes de 3ª categoria (com carros potentes, gajas boas, e dialogos da treta) adequados ao tipo de salas (e espectadores) onde eram exibidos.
A 1ª parte é claramente melhor, mas acredito que os espectadores da Grindhouse provavelmente iriam achar o contrário.